Uma história de doação de órgãos que marcou a cidade de Cianorte e inspirou novas doações. Aos 23 anos, Geiliandrews Antenor Campanerutti, carinhosamente chamado de Gege, faleceu. Aventureiro, ele voltava de uma trilha de moto com o pneu furado e, mesmo conduzindo a motocicleta devagar, acabou colidindo contra um carro.
O acidente que aconteceu em 2014 deixou Gege com ferimentos graves na cabeça. Após alguns dias internado, a notícia difícil e marcante para o resto da vida de sua família foi anunciada pelos médicos: a morte encefálica.
Em meio ao luto, a tristeza arrebatadora e ao turbilhão de sentimentos e pensamentos que passam pela cabeça dos pais ao perder um filho tão jovem e com tantas coisas para viver, tantos sonhos para realizar, a decisão foi a de dizer sim à doação de órgãos.
“O médico disse que não tinha mais o que a medicina fazer e se quiséssemos ver o nosso filho em vida, nós poderíamos doar os órgãos dele”, conta o pai de Gege, Antenor Campanerutti.
A escolha pela doação foi feita pelo fato do jovem ser uma pessoa muito bondosa, caridosa, especial. Apesar dele nunca ter dito que era um doador de órgãos, os pais e as duas irmãs dele acreditaram que seria sua vontade.
Vidas que se renovam
Após algum tempo, o pai de Gege conheceu uma mulher que teria recebido um rim de seu filho. O encontro foi emocionante para ambos, já que a receptora havia passado por dois transplantes que resultaram em rejeição. Mas o de Gege mudou a vida dela para sempre. Após a recuperação da cirurgia, ela conseguiu voltar a ter uma vida normal e até trabalhar.
Doação que inspira
Cianorte tinha um índice muito baixo de doação de órgãos. No entanto, após a doação de Gege, esse número aumentou muito, mais que triplicou. O túmulo do jovem é sempre cheio de flores e homenagens. Em sua lápide a frase “para quem tem fé, a vida nunca tem fim”.
“Ele continua vivo. Antes eu tinha ele, hoje eu tenho várias pessoas que continuam vivas por causa da doação dos órgãos dele”, revela Antenor.